O filme gira basicamente numa luta para a sobrevivência, onde a unica forma de vencer é sair do populoso planeta terra e ir ao paraíso transformado em estação espacial, Elysium, para que assim possa utilizar-se da maquina de cura.
Na visão do filme, o planeta terra depois de um colapso ambiental virou um grande lixão/favela, onde latinos suados lutam pela sobrevivência, roubando, matando ou trabalhando em fábricas que servem a estação espacial, esperando um dia, conseguir comprar sua entrada para lá. Vejo esse como o primeiro grande equivoco.
Na estação espacial, fala-se inglês e francês e se vive em harmonia, em férias eternas, uma vez que a sociedade ali atingiu um nível de riqueza na terra que garantiu sua entrada, ou sua saída da sujeita. Lá há um Presidente que evidencia a democracia, e ministros, que mostram o quanto do trabalho sujo ainda é feito para que a harmonia se mantenha. Lá em cima, os humanos se esbaldam e a massa trabalhadora são os robôs, então, para quê um presidente se um síndico resolve? Para que a democracia se as relações humanas chegam a um grau de compreensão onde a horizontalidade reina? A sociedade rica do filme tem em si sua maior contradição.
Esse é o segundo longa de Neil Blomkamp, o mesmo diretor de distrito 9, evidência mais uma vez a segregação social baseada no apertheid, e bate nessa tecla, só que dessa vez sem extraterrestres e testes baseados nos campos de concentração e sim com humanos e os guetos, sendo o planeta terra transformado num gueto gigante.
Esse é o segundo longa de Neil Blomkamp, o mesmo diretor de distrito 9, evidência mais uma vez a segregação social baseada no apertheid, e bate nessa tecla, só que dessa vez sem extraterrestres e testes baseados nos campos de concentração e sim com humanos e os guetos, sendo o planeta terra transformado num gueto gigante.
O elenco sustenta a ideia do rico ariano (vide a imagem de Jodie Foster), numa ideia bem fascista, bem leblon, enquanto os pobres são latinos (Wagner Moura e Alice Braga), mexicanos no ponto de vista dos americanos, que inclusive termina se fazendo explicito no momento em que todos falam espanhol entre si lá em baixo, inclusive os brasileiros.
O filme tem algumas cenas de ação interessantes, um vilão comico, mas não vale a pena perder o dinheiro da meia entrada assistindo-o. Elysium não sustenta a expectativa de seu trailer, além de ser extremamente preconceituoso, tomando um tom até mesmo fascista, com um final clichê e romântico, ou simplesmente inalcançável. Vale mais a pena assisti-lo sem querer nas férias numa sessão da tarde, se ele vier a passar.